Vendaval passa e problemas continuam em Alphaville

A terça-feira, 14, vai ficar na história da capital e da região metropolitana. Atingidos por um vendaval provocado pela passagem do ciclone extratropical nas regiões Sul e Sudeste, ambas continuavam a amargar prejuízos na manhã desta quinta-feira. Apesar do fim da ventania, dezenas de pessoas continuavam sem abastecimento de energia elétrica na quinta-feira. Na alameda Mamoré, por exemplo, os moradores enfrentavam um novo apagão.

Em alguns residenciais, como o Encontra Alphaville 2 e o Tamboré 6, os moradores amargaram mais de 18 horas sem energia elétrica. “Perdi tudo o que tinha no freezer e na geladeira. Também devo ter perdido equipamentos eletrônicos”, computava uma moradora do 2, que pediu para não ser identificada.

Protógenes Guimarães, morador do 2, disse que a queda de energia foi provocada pelo estouro de uma caixa de distribuição instalada na alameda Chile. Embora vários moradores tivessem tentado contatar a AES-Eletropaulo, poucos conseguiram. “A gente liga e fica pendurado, ouvindo música. A gravação informa que vai passar para o setor responsável, mas a ligação não avança”, reclamou outra moradora.

No residencial, a energia foi restabelecida por volta das 14h30, após a Folha de Alphaville fazer contato com a assessoria de imprensa da concessionária, que enviou equipes ao local para checar o problema e efetuar o conserto.

No Tamboré 6 também o abastecimento foi retomado, mas os moradores contabilizam os prejuízos ainda. Situação semelhante também foi vivenciada por algumas empresas, que enfrentaram apagões e picos de energia ao longo dos últimos dias. “Todo momento preciso religar o computador e torcer para não ter perdido nada”, disse Thiago Soares Moando, 34, de uma empresa instalada na alameda Araguaia.

Estragos

A falta de energia elétrica é um capítulo à parte dos estragos provocados pelo vendaval. A AREA (Associação Residencial e Empresarial Alphaville) manteve 18 funcionários, das 20 horas de terça às 6 horas de quarta, para fazer a limpeza de galhos e papeis das alamedas e avenidas de Alphaville. “Retiramos três caminhões de lixo. Recolhemos galhos pequenos”, informou o gerente de Manutenção, Orlando Mello.

De acordo com ele, a AREA teve de paralisar alguns serviços para reforçar a manutenção. “Vimos muitos curto circuitos na fiação. A constância de vento forte provocou mais problemas de energia. A ocorrência mais grave, que registramos, foi a queda de uma árvores na alameda Mamoré, em frente ao edifício Concorde. A árvore caiu sobre a grade do condomínio e a destruiu”, relatou. O porteiro do edifício, Antônio Cavalcante, disse que o prejuízo deve ficar entre R$ 4 a R$ 5 mil, embora a administração ainda esteja cotando com fornecedores. “Toda a árvore veio abaixo, destruindo o muro e metade do portão de alumínio”, contou.

A SIA (Sociedade Alphaville Tamboré) registrou apenas uma ocorrência de queda de árvore na avenida Gêmini. “Alguns galhos, de grandes proporções, caíram na via, bloqueando uma das pistas, por volta das 18h30”, explicou Carlos Alberto Pancioni, supervisor da FortKnox.





Ele disse que, em razão da chuva constante e da queda de energia no local, houve a necessidade de manter uma viatura com um dos funcionários fazendo a sinalização do local, até a retirada do obstáculo.

Mas bastava circular pelo bairro para encontrar placas derrubadas (Araguaia), telhas quebradas (Aruanã) e até o estande de vendas parcialmente destruído (alameda Araguaia).

Eletropaulo restabelece interrupções

A AES Eletropaulo informou que 95% das ocorrências de falta de energia em sua área de concessão foram restabelecidas até a tarde de quinta-feira. A concessionária realocou equipes e colocou na rua eletricistas, técnicos e engenheiros para o trabalho de restabelecimento. Na quarta havia 1.800 pessoas trabalhando para regularizar a situação.

Os principais circuitos afetados pelo ciclone ficaram sob monitoria ininterrupta da Central de Operações da AES Eletropaulo, que controla em tempo real o funcionamento de toda a rede de distribuição em sua área de concessão.

Na quarta, as ocorrências de maior porte em atendimento eram trechos de ruas dos bairros de Alto da Boa Vista, Butantã, Barra Funda e Santo Amaro, em São Paulo, além dos municípios de Cotia, Osasco e Itapecerica da Serra. Na terça-feira, os canais de atendimento da concessionária ficaram congestionados – foram cerca de 1 milhão de chamadas no Call Center e mais de 100 mil mensagens de SMS enviadas para o serviço Torpedo Fácil.

A concessionária orienta os clientes a utilizarem os canais alternativos. Há o serviço Torpedo Fácil 27373 para comunicar falta de luz: basta enviar um SMS com a palavra “LUZ” e o número da instalação, que está disponível na conta de energia. O serviço é gratuito. Outro canal é a agência virtual: basta clicar no ícone FALTA DE LUZ no endereço aeseletropaulo.com.br.

Indenização

A Eletropaulo informa que os pedidos de indenização por danos elétricos são regulados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e seguem as seguintes normas:

Os clientes encontram o formulário para solicitar a indenização no site da concessionária (www.aeseletropaulo.com.br) e nas lojas ou rede conveniada de atendimento. Os pedidos devem ser feitos no prazo de até 90 dias corridos, após o aparelho ter sofrido dano elétrico. É importante que o cliente tenha os seguintes dados no momento de preencher o formulário:

Data e hora provável da ocorrência,
. Confirmação que o solicitante é o titular da unidade consumidora,
. Relato do problema apresentado pelo equipamento elétrico,
. Descrição e características gerais do equipamento danificado, tais como: marca, modelo e tensão.

A indenização ocorrerá após a análise técnica e a confirmação de que o dano ao aparelho foi causado por problemas na rede elétrica. A indenização se restringe somente ao dano elétrico.

Fonte: Folha de Alphaville





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